Administrando empresas

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terça-feira, 14 de junho de 2011

TERCEIRIZAR OU NÃO TERCEIRIZAR?

No início da década de 90, as empresas iniciaram processos sistemáticos de terceirização quanto aos serviços, cuja natureza não estava atrelada à finalidade precípua dessas organizações. Portanto, serviços como os de limpeza, manutenção de máquinas e equipamentos, vigilância e outros similares.

A terceirização surgiu como forma de reduzir custos e melhorar a qualidade dos serviços, considerando que a empresa estaria liberada para gastar mais energia com as atividades fins, que de fato, são aqueles que agregam valor aos clientes.

No entanto, a terceirização dos serviços de suporte às atividades fins nem sempre repercute positivamente nas atividades fins da empresa, porquanto a empresa que terceiriza depende, em conseqüência da terceirização, da qualidade de seus prestadores de serviço.

Tomemos como exemplo a terceirização da manutenção das máquinas e equipamentos necessários ao processo produtivo. A eventual baixa qualidade na prestação dos serviços de manutenção influenciará negativamente nos resultados obtidos pela empresa, em razão de causar a indisponibilidade das máquinas e equipamentos vitais para o funcionamento da empresa.

Portanto, no exemplo abordado acima, haveria a necessidade de identificar e definir quais são os equipamentos vitais para manter as operações da empresa e quais são àqueles cujo funcionamento não afeta diretamente os resultados junto ao cliente. A indisponibilidade de um aparelho de ar condicionado utilizado, por exemplo, num escritório, pode não afetar o cliente, no entanto, um ar condicionado que esteja instalado numa das lojas da fábrica, com trânsito de clientes, pode, dependendo das condições climáticas da região, afetar o bem estar desses clientes, resultando em queda nas vendas.

Igualmente, uma máquina vital para o processo da empresa, que processa o produto tem um impacto maior nos resultados, se comparada a uma máquina desfragmentadora de papel utilizada no escritório administrativo da empresa.

Esses são apenas alguns exemplos para ilustrar que a terceirização não é a “panaceia” (remédio para todos os males) da empresa, há que se verificar, entre outros, a alguns fatores, quais sejam:

1)     Importância da atividade a ser terceirizada para os resultados da empresa;

2)     Existência de fornecedores qualificados no mercado;

3)     Os impactos positivos que podem ser colimados com a terceirização;

4)     Os impactos negativos que podem ser gerados com a terceirização;

Desta forma, extrair o melhor da terceirização das atividades de suporte exige, sobretudo, um estudo apurado das atividades empresariais, de modo que a empresa não perca sua identidade junto ao cliente ou mesmo deteriore a qualidade dos serviços prestados, em nome da “suposta” redução de custos imediata advindos da terceirização de atividades diferentes das finalidades da empresa.

Para mitigar os efeitos negativos da terceirização e maximizar os efeitos positivos, devemos considerar ainda o fator humano envolvido em todo o processo de terceirização, porquanto o que se terceiriza hoje; é justamente a atividade que fora desempenhada, provavelmente há anos por pessoas do quadro próprio da empresa e cujo desempenho contribuiu ou ainda contribui para os resultados da empresa, o que por si só já é motivo suficiente para criar um clima de instabilidade quando da transição do sistema de prestação de serviços de suporte através de quadro próprio, para a prestação de serviços por meio de equipe terceirizada.

Não devemos nos esquecer ainda, que toda terceirização propaga, inevitavelmente, uma carga psicológica negativa, tendo em vista que, historicamente, fora utilizada como instrumento de redução de custos, através da redução do quantitativo de mão-de-obra no quadro próprio, o que pode afetar os aspectos motivacionais dos empregados próprios.