Administrando empresas

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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Como defendemos nossa indústria hoje?

Políticas cambiais, monetárias, protecionismo e tentativa para valorizar o Dólar perante o Real; todo este esforço para defender as empresas brasileiras da concorrência das empresas internacionais chinesas, japonesas, estadunidenses e européias, forçando o aumento do valor dos produtos importados, visando reduzir as importações e aumentar o lucro das exportações de commodities, compostos por produtos básicos provenientes da agricultura e da pecuária.

Contudo, cabe indagar, estamos de fato protegendo nossa indústria ou apenas mascarando nossa ineficiência em competir com a indústria internacional?


Senão vejamos:

A construção de uma indústria forte depende de alguns fatores, quais sejam: mão-de-obra qualificada, infraestrutura adequada para o escoamento da produção, recursos materiais adequados, tecnologia e respeito ao meio – ambiente para expansão sustentável da produção.

Entretanto, sequer possuímos condições básicas, tais como: transporte de baixo custo composto por ferrovias e hidrovias; falta-nos o oferecimento de educação básica de qualidade para nossas crianças, que, em verdade, serão a mão-de-obra futura; falta-nos investimento em tecnologia para redução de custos, bem como planejamento adequado para fazer frente aos produtos importados. Nem mesmo semicondutores (componentes eletrônicos) são produzidos no Brasil, desta forma importamos os produtos acabados e com alto valor agregado do exterior. Preocupamo-nos apenas em exportar commodities, que são produtos de baixo valor agregado, provenientes da agricultura e da pecuária.

Continuamos, portanto, com a visão da colônia de 500 anos atrás, sem perceber que o imperialismo tão veementemente combatido pela extrema esquerda, não passa, senão, de nossa própria incompetência e ineficiência na produção, fruto de nossa desídia com a educação e com a melhoria contínua moral do povo; que atravessa séculos e chega ao presente com tanta força que nos impele a tomar medidas desarrazoadas como as que verificamos originárias do Governo, para defender nossa indústria. Isto sem contar o alto custo para manter a complexa e intrincada máquina político – administrativa e judiciária brasileira, cujo custo benefício para população, convenhamos, não é dos melhores há tempos.

Precisamos, em síntese, tratar as questões que são relevantes para o desenvolvimento do país com mais acuidade e profundidade, atacando as causas dos problemas e não apenas os seus efeitos, com o risco de que novos textos, contendo os mesmos conteúdos deste, sejam produzidos daqui a 100 anos.