Administrando empresas

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sábado, 12 de novembro de 2011

As mudanças organizacionais e seus impactos na QVT

As organizações foram sempre muito marcadas pelos conceitos da Administração Científica de Taylor e da burocracia proposta por Weber, com o intuito de racionalizar as ações e formalizar os processos.

Contudo, os preceitos ou ditames propostos por estas duas escolas da administração tornaram-se ineficientes quando a instabilidade do mercado se fez presente.

Para Codo (1997), ocorreu uma busca pela objetividade e racionalidade, afastando qualquer tipo de subjetivismo dentro da organização. Entretanto, esses preceitos criaram um ambiente organizacional que não proporcionava uma qualidade de vida adequada, panorama que começou ser alterado pelos teóricos da Escola das Relações Humanas, notadamente pelos estudos de Elton Mayo (Hawthorne).

Codo (1997) divide três movimentos ou ações fundamentais para a QVT, são elas: qualidade, participação e saúde mental: Os princípios da qualidade, advindos da administração japonesa, dentre eles destacando-se o Kaizen e o Just in time; a participação, fomentando a atuação de todos na melhoria dos processos organizacionais e a saúde mental, com foco na mantença de recursos humanos apoiados por uma política que promova o bem estar e qualidade de vida.
No ocidente, no entanto, ao contrário dos princípios japoneses de administração, cuja idéia central era a promoção da melhoria contínua de forma gradativa, criou-se a reengenharia, como um processo de mudança organizacional mais radical e drástico em face da necessidade de mudança extremamente rápida para acompanhar e atender às necessidades de um mercado cada vez mais volátil.

A reengenharia, no entanto, ao afetar a perspectiva da segurança conforme proposto pelo modelo de Westley (1979), considerando que cria receio ao funcionário pela perda do emprego, afetou, por conseguinte, a qualidade de vida no trabalho. A isto, somam-se as políticas empresariais de redução sistemática de custos, que, quando não obtidos na melhoria dos processos produtivos, são buscados, no mais das vezes, na redução de custos com recursos humanos, através das temidas demissões.

Segundo Chiavenato (2008) os processos de mudança organizacionais passam por três fases: Descongelamento; em que as velhas idéias ineficazes ou ineficientes são descartadas; Mudança; em que são implementadas as novas idéias para o desenvolvimento organizacional e o Recongelamento; em que as novas idéias são incutidas na cultura organizacional e implementadas, com o objetivo de atender aos desideratos da organização.

Estas mudanças, no entanto, são tão necessárias quanto à garantia da qualidade de vida no trabalho, portanto, no interregno existente entre o novo modelo organizacional proposto e o velho modelo, a empresa deve investir em instrumentos que garantam a existência dos pressupostos de QVT, afastando as barreiras que a impedem conforme definido no modelo proposto por Westley (1979), visando garantir o sucesso da mudança sem afetar a qualidade de vida no trabalho.

Fontes de pesquisa; http://www.eps.ufsc.br (12/11/2011); Idalberto Chiavenato. Administração Geral e Pública, 2008. Editora Elsevier. Qualidade de vida no trabalho. 2011. Editora Elsevier.