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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A ETICA


A Ética tem sido largamente argüida pelas pessoas nas mais diferentes relações interpessoais, mas compreender o que significa Ética é fundamental para entender a essência do ser humano.

Primeiramente podemos definir a ética como sendo um conjunto de princípios amplamente aceitos e compartilhados por uma civilização, num determinado período de tempo. Com efeito, a ética dos novos tempos, pode ser diferente da ética de tempos passados, de civilizações remotas ou localizadas  geograficamente em pontos diferentes do globo terrestre, cujos costumes, tradições e moral constituídos são naturalmente divergentes.

Deste modo, cabe-nos diferenciar a ética da moral. A moral é a execução da ética, ou seja, é a faculdade de atender ou não aos princípios amplamente aceitos pela sociedade na qual estamos inseridos, dando origem ao conceito de sujeito amoral, ou aquele cuja conduta fere a ética.

Depreende-se até o momento, que os conceitos éticos são mutáveis e que, portanto, sofrem alterações ao longo dos tempos, senão vejamos; após a promulgação da carta de direitos humanos da ONU, no século XX, o respeito à dignidade humana passa a ser um principio ético amplamente aceito por todas as civilizações. Deste modo, àquele que fere tal principio pode ser considerado amoral, enquanto àquele que o segue pode ser considerado moralmente adequado.

Isto posto, moral relaciona-se com decência, palavra etimologicamente formada pelo prefixo dec, que em grego significa decorar, ornar, embelezar. Com isso, decência é a qualidade daquele que ornamenta a vida, com equilíbrio, virtude, humanidade, e, por conseguinte, respeito às pessoas.

Para Aristóteles temos duas espécies de virtude, a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao passo que a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, de onde o seu nome derivou, por uma pequena modificação dessa palavra.

Segundo Aristóteles, somos dotados de características naturais que dispensam aprimoramento; é o caso da visão ou audição, no entanto, somos dotados de potencialidades que podem ser aprimoradas, é o caso da moral.

Disse o Apóstolo Paulo, dos cristãos: Tudo me é lícito, mas, nem tudo me convém. Frase direta, forte e simples que, em síntese, demonstra o livre arbítrio para escolha do caminho a trilhar; seja ele moral ou não.

Conforme bem leciona o Professor Mario Sergio Cortella, a ética está relacionada aos seguintes questionamentos: devo, posso, quero? 

Por exemplo, quando se fala no brocardo “nem tudo o que é legal é moral”, a assertiva está recheada de dilemas, porquanto ao legislador é impossível prever todas as circunstâncias previstas no momento da criação da lei, o que deixa brechas para interpretações nem sempre moralmente adequadas. O fato de não haver impeditivos legais, não me autorizam a praticar um ato que não devo, se moralmente inadequado.

Com efeito, existem coisas que eu quero, mas não posso; coisas que eu posso, e devo, mas não quero, coisas que eu devo, mas não posso.

Contudo, a plenitude humana estará consolidada quando eu quero, posso e devo supedâneo à ética amplamente aceita e a moral adequada.

Podemos dizer que a Ética é a morada da consciência e da decência humana, segundo seus valores de convivência social e permitem um modo de vida pacífico.

Finalizo com o pensamento de François Rabelais (escritor, padre e médico francês do Renascimento): “Conheço muitos que não puderam, quando deviam, porque não quiseram, quando podiam”.



Fontes de pesquisa:

ÉTICA, a Nicomaco