Administrando empresas

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

O PESO DA BUROCRACIA

Não são raras as vezes que o Diário Oficial da União (D.O.U), jornal publicado pela União para dar conhecimento aos assuntos atinentes à República, chegam a pesar mais de 5kg, contando com centenas de páginas.

Brincadeiras a parte, o D.O.U acaba sendo um compêndio de todos os processos burocráticos e formalmente intrincados da República, que materializam o peso da burocracia, cuja tradução ao povo brasileiro é um só: o não atendimento de suas necessidades, no mais das vezes.
                                                  
A teoria da burocracia criada por Max Weber no século XX tinha como propósito a busca pela excelência nas atividades empresarias por meio da formalização dos processos e da estrutura hierárquica, o que, diga-se de passagem, foi um grande avanço para as empresas do início do século XX; que, até então, operavam num ambiente mecanicista bastante voltado para a execução da tarefa em si, deixando de lado questões que hoje sabemos serem imprescindíveis, tais como: desenho organizacional e hierárquico, normatizações e procedimentos.

No entanto, em razão das disfunções da burocracia, principalmente no que tange o excessivo apego às normas, a teoria caiu em desuso. Deste modo, a burocracia perdeu sua importância nas operações empresariais, dando lugar a uma visão quase pejorativa e que hoje é sinônimo de ineficiência e morosidade. Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma empresa, repartição ou organização onde o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo as soluções rápidas e eficientes.

A burocracia passou então, a ser o nome dado a todos os defeitos do sistema empresarial, que, no mais das vezes, são criados pela própria irracionalidade humana, assim entendida como a falta de razão ou racionalidade nas decisões que envolvem os processos empresariais; consubstanciados pelas atividades e rotinas, através da cultura voltada para o excessivo gasto de energia ao controle, em detrimento do gasto de energia com inovação e criatividade.

Deixando de lado o ambiente empresarial e voltando ao caso do D.O.U, percebemos que o excessivo apego às normas impedem a criatividade e a inovação de tal forma, que continuamos a publicar estes compêndios da mesma forma que há 200 anos atrás, época da coroa imperial, mesmo com todos os avanços tecnológicos que temos à nossa disposição.

Portanto, quando o processo em si ou a norma, passam a ser mais importantes que o resultado; estamos diante do lado obscuro ou disfuncional da burocracia e não diante da própria teoria da burocracia, que, em verdade, é necessária a qualquer empresa, porém, sem excessos.

O Diário Oficial da União foi tomado apenas como um exemplo, mas cabe aqui uma reflexão: se não utilizamos a tecnologia e a inovação nem mesmo numa simples comunicação de nossas atividades Governamentais, que dirá os processos existentes na administração pública geral, que, data vênia, potencialmente devem seguir a mesma linha de raciocínio?