Quase que invariavelmente
persiste nas empresas a filosofia de investir muito pouco na formação, no
aperfeiçoamento e na especialização da principal matéria-prima, o Homem.
No mais, o que se verifica é que
as organizações estimulam comportamentos robotizados, mesmo após mais de um
século da Revolução Industrial, momento histórico marcado pela visão homem - máquina,
despojado de necessidades de desenvolvimento e aperfeiçoamento.
As organizações acabam, por si só,
estimulando comportamentos incongruentes com a eficácia e eficiência e não
alinhados com a macroestratégia organizacional.
Não se pode esquecer, entretanto,
que o Homem, diferentemente de todas as máquinas e tecnologias existentes e
demais espécies deste planeta, possui o poder da criação. Neste sentido, sua
capacidade inventiva e criativa deve ser explorada pelas empresas, permitindo
que as pessoas sejam valorizadas e participem do processo produtivo ativamente,
por meio da oitiva de suas ideias, que, em sendo viáveis, sejam implementadas.
O próprio Homem dentro das empresas
é o principal responsável pelos resultados, neste contexto, enganam-se àqueles
que pensam que a mera aplicação de novas tecnologias pode substituir a
criatividade humana. Evidentemente, a tecnologia permite acelerar, aprimorar e
tornar viáveis alguns dos processos produtivos por meio da redução de custos
com mão-de-obra, todavia, este não é o único caminho, tampouco pode servir como
justificativa para julgar o Homem obsoleto.
O Homem quando bem estimulado,
valorizado e prestigiado pela organização, tenderá a produzir mais e de maneira
mais eficiência.
Em síntese, como os bons vinhos,
o ser humano se torna melhor quanto mais velho, ou seja, quanto mais experiente
e capacitado, melhores serão os resultados alcançados.
Isto posto, descobrir, lapidar e
desenvolver talentos é condição fundamental para garantir a perenidade das
organizações, num ambiente cada vez mais competitivo e cujos recursos são cada
vez mais escassos.
O tema merece destaque nas
empresas, ao menos para aquelas que pretendem ter vida longa. Não se permitem
mais divagações filosóficas ou postergação da implementação de uma política
empresarial de valorização de pessoas. Quer seja nas micro ou nas grandes
empresas, mesmo entendimento deve ser o compartilhado, segundo o qual não se
obtém bons resultados se o recurso humano não está sendo desenvolvido par e
passo com os objetivos estratégicos definidos pela organização.
Para Tod Barnhart “Muitas
organizações apontam para o nada e acertam com incrível precisão”.
Não se permite mais no mercado,
os chamados “tiros no escuro”, o desenvolvimento do Homem, neste ponto, é
condição principal e fundamental, sendo seu desenvolvimento profissional e valorização
por meio da meritocracia, a pedra fundamental de todo o processo produtivo.
São pouquíssimas as empresas,
entretanto, que convergem neste sentido, ou seja, que valorizam e possuem
programas sistematizados de transformação da mão-de-obra e desenvolvimento de
talentos. No mais, em que pese à volatilidade do mercado, repousam serenas em
resultados passados frágeis que se esvaem rapidamente dragado pela eficiência
de outros concorrentes, acumulando perdas sistemáticas e regulares, além da
deterioração dos processos organizacionais. Todas as demais perdas, inclusive
financeiras, são meramente decorrentes desta.
As empresas que acordarem para o
fato de que seus negócios dependem essencialmente da criatividade e do
desenvolvimento de sua mão-de-obra, estarão mais propensas a obtenção de
resultados favoráveis.