Como diria o grande professor e
filósofo Mário Sérgio Cortella, a Ética é conjunto de valores e princípios que
os seres humanos utilizam para decidir a três questões fundamentais da vida:
Quero, Devo e Posso.
De modo que há coisas que eu
Quero, mas não Devo; outras que eu Devo, mas não posso; e por fim coisas que eu
Posso, mas não Devo.
Exemplificando posso eu Querer
obter o que não me pertence por vias ilegais, mas que não Devo por si só, em
face de tipificação de crime prevista no ordenamento legal.
Pode o professor universitário
criticar publicamente outras instituições em que não leciona, dado o direito a
livre expressão, mas não Deve em respeito às pessoas que lá estão.
Deve o administrador público
zelar pelo erário (patrimônio público), mas não o faz por não o querer devido a
interesses pessoais, em alguns casos, em detrimento do interesse público.
Portanto, equação perfeita da
Ética ocorre quando eu Quero, Devo e Posso fazer, dizer e agir em relação às
decisões a tomar do cotidiano.
Veja, caro leitor, não raros são
aos momentos em que as decisões são tomadas de forma desarrazoadas, ou seja,
ausentes de qualquer vínculo da razão e oriunda da total inobservância dos
princípios éticos.
Retornemos ao caso do professor, que
certa feita em sala de aula professa impropérios vexatórios e infames a
respeito de Universidade da qual ele não pertence de forma pejorativa em
relação a alunos, docentes e à própria Instituição, disparando em sala de aula:
- Ainda bem que são meus alunos, porque se fossem da Instituição X (risos)
jamais conseguiriam entregá-lo.
Tal profissional Pode fazer uso
da livre expressão? – sim ele pode, mas questiono caro leitor, Deve ele
proferir tal sentença pré-concebida; exacerbando preconceito inútil que só faz
um desserviço à sociedade, justamente de profissional que deveria dar o exemplo
àqueles a quem se dirige, sendo referencial dos bons costumes e da ética
profissional?
Mestre, que segundo os ditames
juramentados em celebração solene deve zelar, sobretudo, pelo tratamento digno
e equânime das pessoas respeitando suas individualidades, comprometendo-se a
construir profissionais bons e justos e, por conseguinte, uma sociedade mais
justa.
Digo mais, além de desarrazoada
decisão, até punível e tipificável pelo crime de difamação previsto em nosso
código penal, tal discurso em nada contribui para a criação de profissionais de
fato comprometidos com o desenvolvimento deste país, presta um desserviço à
sociedade e não merece sequer sua titulação acadêmica, pela prática de
comportamento potencialmente banível que inclusive e, no mínimo, deve ser
severamente rechaçado pelos próprios alunos em respeito à Ética. Não se pode
compartilhar de tal comportamento, tampouco aceitar manifestações de desapreço
infames em relação a pessoas, instituições educacionais e empresas.
Este, caro leitor, é somente um
exemplo do tema deveras importante denominado Ética, mas lembre-se, a moral
enquanto aplicação dos princípios éticos deve sempre levar em consideração o
respeito pela dignidade humana (Inciso III, art. 1° da Constituição Federal), o
respeito pelo próximo, o respeito pelas pessoas e de tudo em que nele há e que
não nos pertence, merecendo nosso imenso respeito.