Administrando empresas

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sexta-feira, 24 de março de 2017

Criatividade Corporativa

Quase que invariavelmente persiste nas empresas a filosofia de investir muito pouco na formação, no aperfeiçoamento e na especialização da principal matéria-prima, o Homem.

No mais, o que se verifica é que as organizações estimulam comportamentos robotizados, mesmo após mais de um século da Revolução Industrial, momento histórico marcado pela visão homem - máquina, despojado de necessidades de desenvolvimento e aperfeiçoamento.

As organizações acabam, por si só, estimulando comportamentos incongruentes com a eficácia e eficiência e não alinhados com a macroestratégia organizacional.

Não se pode esquecer, entretanto, que o Homem, diferentemente de todas as máquinas e tecnologias existentes e demais espécies deste planeta, possui o poder da criação. Neste sentido, sua capacidade inventiva e criativa deve ser explorada pelas empresas, permitindo que as pessoas sejam valorizadas e participem do processo produtivo ativamente, por meio da oitiva de suas ideias, que, em sendo viáveis, sejam implementadas.

O próprio Homem dentro das empresas é o principal responsável pelos resultados, neste contexto, enganam-se àqueles que pensam que a mera aplicação de novas tecnologias pode substituir a criatividade humana. Evidentemente, a tecnologia permite acelerar, aprimorar e tornar viáveis alguns dos processos produtivos por meio da redução de custos com mão-de-obra, todavia, este não é o único caminho, tampouco pode servir como justificativa para julgar o Homem obsoleto.

O Homem quando bem estimulado, valorizado e prestigiado pela organização, tenderá a produzir mais e de maneira mais eficiência.

Em síntese, como os bons vinhos, o ser humano se torna melhor quanto mais velho, ou seja, quanto mais experiente e capacitado, melhores serão os resultados alcançados.
Isto posto, descobrir, lapidar e desenvolver talentos é condição fundamental para garantir a perenidade das organizações, num ambiente cada vez mais competitivo e cujos recursos são cada vez mais escassos.

O tema merece destaque nas empresas, ao menos para aquelas que pretendem ter vida longa. Não se permitem mais divagações filosóficas ou postergação da implementação de uma política empresarial de valorização de pessoas. Quer seja nas micro ou nas grandes empresas, mesmo entendimento deve ser o compartilhado, segundo o qual não se obtém bons resultados se o recurso humano não está sendo desenvolvido par e passo com os objetivos estratégicos definidos pela organização.

Para Tod Barnhart “Muitas organizações apontam para o nada e acertam com incrível precisão”.

Não se permite mais no mercado, os chamados “tiros no escuro”, o desenvolvimento do Homem, neste ponto, é condição principal e fundamental, sendo seu desenvolvimento profissional e valorização por meio da meritocracia, a pedra fundamental de todo o processo produtivo.

São pouquíssimas as empresas, entretanto, que convergem neste sentido, ou seja, que valorizam e possuem programas sistematizados de transformação da mão-de-obra e desenvolvimento de talentos. No mais, em que pese à volatilidade do mercado, repousam serenas em resultados passados frágeis que se esvaem rapidamente dragado pela eficiência de outros concorrentes, acumulando perdas sistemáticas e regulares, além da deterioração dos processos organizacionais. Todas as demais perdas, inclusive financeiras, são meramente decorrentes desta.

As empresas que acordarem para o fato de que seus negócios dependem essencialmente da criatividade e do desenvolvimento de sua mão-de-obra, estarão mais propensas a obtenção de resultados favoráveis.